
O Manual de investigação em ciências sociais de Quivy tem como objectivo a concepção do projecto de investigação e a direcção das operações com base no acordo e na eficiência. E para isso pretende-se que o livro seja um manual, usado como método de trabalho para que qualquer investigador em ciências sociais possa usar para conceber por si próprio um processo de trabalho.
O procedimento científico é realizado com base num processo concebido em 3 actos:
1. Definiçao do problema, que consiste em analisar a questão de forma objectiva e sem nos basearmos em informações sobre as quais não temos conhecimento, de modo a não nos conduzir ao erro.
2. Construção do modelo de análise tem por objectivo explicar como se deu o problema em estudo e com base nessa explicação o cientista vai tentar montar uma estratégia e criar medidas de forma a conseguir produzir o seu trabalho.
3. Verificação (recolha e análise de informação) pois um assunto só tem estatuto científico se puder ser verificada pelos factos.
Estes 3 actos por sua vez integram 7 etapas. O 1º acto corresponde às etapas 1,2,3 , o 2º acto apenas à etapa 4 e o 3ºacto diz respeito às etapas 5,6,7 e 8.

• 1ª Etapa - Pergunta de Partida
A pergunta de partida, consiste em enunciar o projecto de investigação na forma de uma pergunta de partida, com o objectivo de expressar com exactidão aquilo que procura saber. E para isso e necessário respeitar os critérios de uma boa pergunta, ou seja qualidade de clareza, de exequibilidade e de pertinência.
• 2ªEtapa - Exploração
Esta etapa consiste em explorar o terreno para conceber uma problemática de investigação. E como forma de o obter o investigador terá de recorrer a operações de leitura e respectivos resumos (que vão permitir a qualidade da problematização), e de entrevistas e métodos (que nos permitem contactar com a realidade vivida pelos actores sociais)
• 3ªEtapa - A Problemática
Esta é entendida como a abordagem ou a perspectiva teórica que tem como objectivo tratar do problema formulado pela pergunta de partida.
A problemática pode ser realizada em três momentos:
. 1º momento - em primeiro faz-se o balanço dos problemas que surgiram durante a investigação;
. 2º momento - procede-se à construção da nossa problemática, referindo-se os principais pontos teóricos investigados /quadro conceptual;
. 3ºmomento – este tem como propósito explicar o quadro conceptual que caracteriza a problemática.

• 4ª Etapa - A construção do modelo de análise
Consiste na construção de hipóteses que se apresentam sob a forma de proposições de resposta às perguntas apresentadas pelo investigador e constituem respostas provisórias e sumárias.
• 5ª Etapa - Recolha de Informação
Esta etapa engloba diversas operações através das quais o protótipo de análise, composto por hipóteses e por conceitos, é submetido a uma verificação dos resultados por parte do investigador.
• 6ª Etapa - A análise da informação
O investigador tem como tarefa averiguar se os resultados por este esperado, coincidem com resultados observados e para isso é necessária haver uma análise e uma revisão empírica das hipóteses dos factos inesperados.
• 7ª Etapa - Conclusão
Nesta etapa o investigador tem de anunciar os resultados e os conhecimentos que obteve através do processo de investigação. E para isso deve passar por três procedimentos ou seja fazer uma retrospectiva das grandes linhas do procedimento seguido; uma apresentação dos novos contributos para o conhecimento originados pelo trabalho; e considerações de ordem prática.
• 8ª Etapa – Divulgação
E por último o investigador deve publicar e divulgar os resultados obtidos durante o trabalho de investigação.
Referências bibliográficas:
- Caderno TICG, vol. 2 – Tutoria 2
- Quivy, Raymond; Campenhoudt, Luc van (2008) – Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva (5ª ed.). pp.
- Quivy, R. & Campenhoudt, L. – 3 esquemas (nas páginas 3 a 5 deste documento)